A esperança venceu o medo
Acordei... levantei, lavei o rosto, preparei o desjejum, trabalhei um pouco em alguma coisa e quando me dei conta era hora do almoço, fui à cozinha onde preparei a refeição, me servi, sentei-me na sala e liguei a tv, coloquei pra tocar o primeiro filme bobo que me apareceu... percebi que a anos não fazia isso.
Senti de verdade que algo estava mudando, talvez de forma sutil e quase imperceptível para a maioria das pessoas. Senti um grande peso se soltar das minhas costas, uma gigante e escura nuvem começar a se dissipar, senti se aproximar o fim de um ciclo de tortura e terror, de alguma forma o pior está passando.
Esse sentimento foi tão poderoso que eu não pude conter as lágrimas que caíram. Era como se eu pudesse ter de volta a inocência de uma criança que não precisa se preocupar com a perversidade do mundo, havia uma esperança novamente. A nossa jovem e frágil democracia tão duramente golpeada nos últimos anos, enferma que estava havia finalmente saído da UTI para o quarto onde aguardaria por mais cuidados médicos até sua completa recuperação. Havíamos superado o inimigo em uma luta desigual após sobreviver bravamente a inúmeros massacres. Seria a hora de comemorar alguma coisa mas o corpo e a mente não conseguem, o cansaço e o esgotamento são insuportáveis, só consigo ficar vendo o filme bobo se desenrolando na minha frente sem exigir nenhum esforço de raciocínio.
Tem sido muito difícil equilibrar as energias envolvidas nesses processos complexos de batalhas psicológicas nada razoáveis que nos metemos ao tentar firmar posições humanistas e civilizatórias ante toda a barbárie que tomou conta das mentes e espíritos de pessoas fracas de convicções cuja opinião não se dobra nem frente às centenas de milhares de mortes produzidas pela irresponsabilidade de seus representantes fascistas genocidas.
Tem sido dias difíceis e cansativos.
Mas eis que a esperança vence o medo novamente e nunca essas palavras foram tão necessárias como é necessário o homem que as disse. A batalha que foi vencida ontem o trouxe de volta, o seu semblante me conforta, a sua presença dispersa o cheiro de morte que infecta o ar, começo a respirar novamente. Sei que outras batalhas virão pois essa guerra ainda não foi vencida e a democracia é um valor pelo qual se deve lutar cotidianamente afinal o fascismo é uma cadela eternamente no cio. Tantos desistiram no caminho quantos outros preferiram se omitir ou se desesperançaram enquanto esse homem jamais abaixou a cabeça ou se deu por vencido, pelo contrário, ousou acreditar na justiça e até jurou fazê-la se cumprir. E eis que a sua convicção na verdade fez soprar uma brisa de lucidez nas mentes enevoadas e corrompidas dos doutores da lei que se viram acuados por suas próprias decisões politicamente equivocadas.
E assim, pelo menos uma parte da nação parece estar encontrando seu caminho de volta e eu espero que seja o suficiente para mudar o rumo em direção à civilidade e nos tirar das trevas em que nos metemos. Muitas águas ainda vão rolar mas com a vitória de ontem ganhamos mais um fôlego para lutar contra a correnteza. Hoje eu vou poder dormir o sono dos justos porque amanhã é dia de lutar novamente.
P.S. Se ainda não ficou claro o suficiente Lula é e será eternamente o meu presidente e o Partido dos Trabalhadores é quem me representa... e mais nenhum outro.
Débora Zimmer
Lendo, lembrei-me de uma entrevista de Gilmar Mendes ao Nassif.
ResponderExcluirHoje, de abril, confirmaram a suspeição de moro no STF. Vejamos qual o próximo movimento que farão.